sábado, 3 de setembro de 2011

É bom saber que não estou sozinha...

Minhas impressões sobre a questão da expansão da cana-de-açúcar – seja em São João da Boa Vista, seja em qualquer outro lugar... – refletem aquilo que penso e defendo em minha atividade profissional e em minha vida pessoal. Não é uma lógica de esquerda ou de direita. É o que faz sentido para mim.

O artigo de Jeffrey D. Sachs no Valor Econômico (Jeffrey D. Sachs. A economia da felicidade. Valor econômico, Brasil, 30.08.2011.), sendo ele um economista, me conforta por reforçar minhas crenças na importância da atividade empresarial sem descuidar dos dos valores humanos. O final do texto resume aquilo que penso sobre o avançar da atividade empresarial como meio, instrumento da promoção do ser humano. Não se deve desvirtuar a empresa. Mas a empresa não pode mais esperar desvirtuar o que há de humano em nós... essa estrada deve ir tomado novos rumos:

“A busca insana pelos lucros empresariais ameaça a todos nós. Naturalmente, devemos apoiar o desenvolvimento e crescimento econômico, mas apenas dentro de um contexto mais amplo: um contexto que promova a sustentabilidade ambiental e os valores da compaixão e honestidade, necessários para criar a confiança social.”

            Outros trechos também são relevantes. Apesar do autor se referir mais especificamente à economia norteamericana, aplica-se a nós com tranqüilidade...

“(...) não devemos menosprezar o valor do progresso econômico. Há sofrimento quando as pessoas passam fome, quando são privadas do atendimento de necessidades básicas, como água potável, atendimento médico e educação, ou empregos dignos. (...) a felicidade é alcançada por meio de uma abordagem de vida equilibrada, entre indivíduos e sociedade. Como indivíduos, somos infelizes quando nos é negado o atendimento de necessidades básicas materiais, mas também somos infelizes se a busca por rendas maiores substitui nosso foco na família, amigos, comunidade, compaixão e equilíbrio interno. Como sociedade, uma coisa é organizar políticas econômicas para manter os padrões de vida em alta, mas outra bem diferente é subordinar todos os valores da sociedade à busca do lucro. (...) [A política americana] permitiu cada vez mais que os lucros empresariais dominassem todas as outras aspirações: igualdade, justiça, confiança, saúde física e mental e sustentabilidade ambiental. As contribuições de empresas a campanhas corroem cada vez mais o processo democrático.”

            Temos tanto a fazer!